Sejam Bem Vindos!

Quero agradecer, carinhosamente, pela sua visita e espero que possamos continuar partilhando experiências, as quais considero-as importantes para manutenção de minha recuperação.
Sua partilha (comentários) aqui nos Posts, bem como seguir-me quando julgares conveniente, é importante para que possamos estreitar ainda mais a nossa amizade, algo que é fundamental para um crescimento em nível de ser humano...ainda mais quando se trata de um adicto em recuperação, como eu.
Por isso, mais uma vez, muito obrigado por sua presença!
Que bom que você veio! Que bom que você me visitou!
Melhor ainda será ler seus comentários e ver-te aqui, sempre que possível, ajudando-me dia-a-dia.
Que O PODER SUPERIOR continue te concedendo o direito de reconhecer, aceitar e realizar a Vontade DELE, em todas as suas épocas e lugares, para que só assim, possas continuar desfrutando destas Dádivas de renovados dias Limpos, Serenos e repletos de Saúde e Paz!
Abraços e TAMUJUNTU.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CICLO DE ESTUDO DOS DOZE PASSOS

Saudações, meus queridos(as)!
Estou aqui para expressar, ou pelo menos tentar expressar minha gratidão pelo programa que tem feito milagres em minha vida e na vida de milhões de pessoas.
Tive o prazer de estar participando de mais uma edição de Ciclo de Estudos dos Doze Passos. Desta feita, foi em organizado pelos companheiros(as) do Distrito Federal e realizado no entorno de Brasília. Um evento, simplesmente, fantástico!
Foram três dias de muitos (re)encontros, trocas de experiências, partilhas, choros, alegrias, emoções a toda hora, apadrinhamento constante nos bastidores e nos dormitórios, enfim, um evento maravilhoso. Só estando lá para sentir a energia... Energia essa que quero transmitir a todos vocês, através destas poucas palavras.
A minha alegria já começou desde minha chegada em Brasília, onde tive a oportunidade e o privilégio de conhecer pessoalmente, minha companheira Polyanna P., do blog Amando Um Dependente Químico, autora do livro Amando Um Dependente Químico. Ela estava lá no aeroporto me esperando com uma identificação altamente pessoal – “Júnior TMJ”. Não tinha como não saber que aquela era minha amiga Poly!
Abraços. Cumprimentos. Apresentação de minha amiga e de seu esposo. Um passeio pelo conhecido plano piloto, que é o centro de Brasília. Fotos na esplanada dos Ministérios. Fotos na Câmara dos Deputados. O que seria apenas um chá tornou-se num passeio que durou a tarde toda. Foi maravilhoso.
Combinamos \de nos encontrar no evento. Domingo pela manhã, lá estava Polyanna, nos abrilhantando com sua presença.
O evento teve momentos marcantes. Experiências que ficarão na memória para toda uma vida.

Tive oportunidade de ser o facilitador (expositor) do Segundo Passo. Que alegria em poder estar ali, compartilhando minha experiência pessoal sobre a vivência do Segundo Passo. Também tive a felicidade de assistir um médico dizer em sua palestra que, embora tenha anos de experiência profissional, tudo o que ele aprendeu sobre alcoolismo, foi em alcoólicos anônimos. Nossa!!! Como é bom fazer parte!
Também me arrepiei quando escutei a Polyanna dizer que os Doze Passos deveriam ser ensinados na escola. Para quem não sabe, os Doze Passos, que foram originados na Irmandade de Alcoólicos Anônimos -A.A., hoje são utilizados por dezenas de outras Irmandades, tais como Narcóticos Anônimos, Neuróticos Anônimos, Fumantes Anônimos, DASA, MADA, etc.
É incrível como as pessoas mudam com a vivência dos Doze Passos. Eles (os Dozes Passos), nos dão condições de viver uma nova maneira de viver, no mundo do espírito e da fé. Formamos uma nova sociedade. Até parece que não somos mais deste mundo. Vivemos totalmente diferentes e somos notados e vistos com exemplos de superação. As pessoas que se aproximam de nós, sempre se questionam como é que conseguimos viver tão harmoniosamente, apesar de sermos pessoas tão complicadas. Não sabem que somos tocados por um propósito em comum e primordial, o qual nos deixa iguais uns aos outros e que nos condiciona em viver juntos, para não morremos separados.
Dentre nossa convivência em eventos como o que relato, surge coisas ou fatos que nos impressiona e impressiona principalmente quem está nos visitando pela primeira vez. 


Por exemplo, chegar num stand de vendas de literaturas e encontrar vários livros a venda, uma cesta cheia de dinheiro para troco e uma placa dizendo “compre e faça o seu troco”.
O mesmo acontecia no bazar, o qual dispunha de várias coisas à venda, mas que não havia ninguém vendendo. Cada um se servia a vontade, comprava, pagava e passava troco. Isso sem ninguém fiscalizando. Cada um é responsável pela sua compra e pela venda daquilo que está comprando. Coisa fantástica!
Talvez fosse comum num meio de centenas de adictos, um fato como este não dar certo. Seria até normal se sumisse dinheiro ou literaturas ou qualquer outra coisa no bazar. Entretanto, durante os anos em que fazemos estas experiências, afirmo que nunca tivemos prejuízos. Muito pelo contrário, o saldo sempre dá maior do que os valores reais das vendas, pois quem está comprando, muitas vezes deixa valores a mais de que o valor exato da mercadoria que está adquirindo. Por exemplo, no ciclo anterior, vendemos mais de mil e quatrocentos reais em literaturas, mas o valor arrecadado foi mais de mil e setecentos. Neste ciclo eu não me lembro do valor arrecadado, mas vi o tesoureiro afirmando que o saldo foi positivo.
Dificilmente teríamos condições de fazer isso numa sociedade em que vivemos. Jamais tínhamos condições de reunir meio mundo de adictos para deixar dinheiro numa bandeja e um bazar cheio de coisas, sem que não desaparecesse nada. Sem dúvidas, não demoraria muito para desaparecer tudo.
Entretanto, os que estão buscando uma nova maneira de viver com a prática dos Doze Passos, conseguem ser honesto consigo mesmo e conseguem conviver em sociedade honestamente.
Sinceramente, estou cada dia mais apaixonado por estas Irmandades que faço parte. Sou imensamente grato a este Poder Superior que me dá condições viver sóbrio, um dia de cada vez. Agradeço a Ele por ter me devolvido a sanidade.
Levarei deste evento de Brasília-DF, momentos que nunca conseguirei descrevê-lo como gostaria. Momentos inenarráveis. Pessoas que estão marcadas em meu coração e que manterei contato sempre, para fortalecer mais minha recuperação.
Dias 18, 19 e 20 de Outubro, foram os dias do ciclo dos doze passos no Distrito Federal. Dias 25, 26 e 27 de Outubro/2013, acontecerá o 10º Encontro dos Veteranos, na cidade de Cachoeira do Campo/MG.
Eu vim participar dos dois eventos e, para não ter que voltar para casa e retornar novamente para o outro evento, eu fiquei por essa região estes dias, aproveitando para conhecer lugares incríveis, como Caldas Novas-GO, Ouro Preto-MG e agora, neste exato momento, estou já no local do Encontro dos Veteranos. Uma galera já está por aqui. Tenho certeza de que serão outros momentos que ficarão marcados na minha vida. Breve estarei por aqui novamente, para compartilhar para vocês, como foi essa décima edição do encontro de veteranos, aqui em Minas Gerais.
Um forte e carinhoso abraço a todos vocês. Que DEUS abençoe grandemente cada um e que possamos todos juntos, fazer o que sozinho não conseguimos.
Até nosso próximo contato.
Eu sou o Júnior, um adicto em recuperação, limpo só por hoje.

TAMUJUNTU.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

VIVER LIMPO: ESCOLHA OU DECISÃO??

Ontem, conversando com uma irmã de um adicto que está na ativa, fui perguntado:   "-Por que o viciado em drogas tem hora que escolhe se recuperar e às vezes, na mesma hora, escolhe se drogar?".  Eu respondi:  "Simples!  Ele ainda tem opção. É uma escolha dele!"



Aparentemente, a resposta veio meio que abrupta, áspera, violenta, mas não foi essa a intenção e depois, mais detalhadamente, expliquei.

Tempos atrás, assisti uma temática sobre “DECISÕES E ESCOLHAS”. Existe uma grande diferença entre escolha e decisão. Todos nós estamos acostumados a fazermos escolhas e mais escolhas. A humanidade se acostumou à filosofia de que temos o direito de fazermos nossas escolhas. É claro que temos o direito de fazermos nossas escolhas. Somos totalmente livres e há momentos em que realmente devemos fazer escolhas, mas há momentos em que devemos tomar decisões. Essa história de que “faço minha escolha e se não der certo, faço outra escolha”, isso tem um impacto enorme em nossas vidas, principalmente quando não necessitamos de escolhas e sim de decisões.

Todos os dias nós fazemos escolhas. Escolhemos uma roupa para vestir. Escolhemos um sapato para calçar. Escolhemos qual canal de televisão assistir. Às vezes temos o direito de escolher o que comer ou o que beber. Se vamos comprar uma roupa, escolhemos antes.


Entretanto, decisão é totalmente diferente. Decisão não deixa espaço para escolhas. Quando decidimos, eliminamos escolhas. Decisão é completamente diferente de escolhas. No exemplo de comprarmos uma roupa, escolhemos a roupa e depois decidimos a forma de pagamento (se avista, cartão, cheque, etc). Depois de efetuada a compra já não tem como escolher novamente a forma de pagamento. Isso é tomar decisão.



Alguns momentos são decisivos em nossa vida. O Curso universitário, quando decidimos a profissão que vamos seguir carreira. O marido/esposa com quem vamos constituir família. O momento de ter o primeiro filho. Nessas horas, geralmente estamos diante de dois ou mais caminhos. E precisamos tomar uma decisão. Recorremos à lógica, às emoções, aos amigos, aos pais, a qualquer um com um “pitaco” a oferecer. E, enfim, escolhemos a quem recorrer para ver qual decisão tomar.

Do mesmo jeito é com a dependência química. Passamos horas de nossas vidas escolhendo as substâncias, escolhendo as companhias, escolhendo o modo de usar, escolhendo os locais de usar. Em certo momento, as coisas não ficam tão boas para nós, que procuramos abandonar as drogas e fazemos a escolha de não usar nunca mais.

Não funcionou!    Não funcionou porque o “nunca mais” para um adicto é muito tempo e também porque ele tem a escolha como aliada dele. Ou seja, ele tem opção de continuar usando “moderadamente”, como ele imagina conseguir.

Daí ele escolhe usar só mais uma vez e com o passar do tempo, novamente as consequências não são agradáveis e logo ele escolhe outra substância, na tentativa de diminuir os danos. Ele pensa que trocando uma substância por outra, poderá controlar seu uso.      Escolhe outras pessoas para usar juntos, na tentativa de encontrar alguém que use moderadamente.     Escolhe outras maneiras de usar, por exemplo, deixando de usar (crack) no cachimbo para usar “mesclado” com cigarro ou maconha.

Enfim, ele faz mil e uma escolhas, mas continua usando... E continua tendo danos. Até o dia em que, como eu, não tiver mais escolhas. Até o dia em que, como eu, tomar uma decisão.
E que decisão é essa??   Evitar, só por hoje, o primeiro gole, a primeira droga, o primeiro crime, a primeira má intenção.


Eu não escolhi parar de usar...eu decidi não mais usar!
Decidi admitir que sou impotente perante as drogas.
Eu decidi dar um rumo à minha vida, já que admiti que ela estava sem controle.
Decidi acreditar que somente Um Poder Superior poderia me devolver a sanidade.
Decidi entregar minha vida e minha vontade aos cuidados Dele.
Decidi inventariar minha vida e admitir a natureza exata de minhas falhas.
Decidi me prontificar a deixar que Deus removesse minhas falhas e minhas imperfeições, apesar de que são muitas e que ainda tenho bastante. Mas quando me prontifiquei, já fui trabalhado demais por Ele.
Decidi fazer reparações e admitir meus erros.
Decidi procurar a vontade do Poder Superior em relação a mim e praticar essa Vontade em todas as minhas épocas e lugares.
Decidi compartilhar minha experiência com outros adictos, afim manter a minha recuperação e ajudar outros a alcançarem a sobriedade.

Essa decisão deu-se por eu não haver mais escolhas. Eu tive que realmente decidir entre continuar usando ou continuar vivo. Não me restava outra opção. Apenas essas duas.

Só por hoje, me dou o luxo de ter escolhas, como sentar num restaurante e pedir um suco ou uma água mineral. Só por hoje me dou o luxo de escolher dizer “não” às drogas.

Só por hoje, estou decidido a continuar limpo, um dia de cada vez.

Que O PODER SUPERIOR continue iluminando cada um de vocês!
Bons momentos, repletos de Serenidade, Sabedoria e Sobriedade.
Até o nosso próximo contato.
Continuo sendo o Júnior, um adicto em recuperação, Limpo, só por hoje!

Abração e TAMUJUNTU.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

FAZEMOS TÃO POUCO...

Olá, pessoal!
Tudo bem com vocês?
Espero que estejam todos com saúde e em paz!
Eu estou bem, graças a um Poder Superior que me dá condições de manter-me limpo, só por hoje!

Não fosse num blog falando sobre dependência química, aparentemente, a imagem representaria uma vida que muitos almejam... Uma rede para deitar, em baixo de uma árvore sombria e em meio a um jardim com plantas... Um momento de tranquilidade, sossego, relaxamento... Uma vida feliz!
É assim que geralmente se associa uma imagem de uma pessoa deitada numa rede. Logo chegamos a dizer: “Quem vida boa!”.
Mas, nem tudo que parece, é.

Estas  fotografias foram tiradas numa praça pública de uma grande cidade. 

Elas refletem a mais normal (comum) situação que hoje vivenciamos nos grandes e pequenos centros, que é a moradia de rua, muitas vezes consequência da doença chamada adicção às drogas. Cabe aqui dizer que não se trata apenas de drogas ilícitas, mas, também (para não dizer principalmente), das drogas lícitas, como a bebida alcoólica.
O flagelo do século, que vem vitimando milhares de pessoas pelo mundo inteiro, já quase não mais assombra aos transeuntes, que passam ao lado dos que ali moram (se é que podemos chamar de moradia), ignorando a precária condição de vida humana e animal (pois sempre há por perto um animalzinho de estimação, também em situações lastimáveis).
Muito se fala em campanha contra as drogas; campanha contra a fome; campanha do desarmamento, etc.
Chegamos numa “comunidade” dessa de rua, onde tanto faz se num pequeno grupo de pessoas, ou numa grande concentração, como as cracolândias, visualizamos drogas, fome e, quase sempre, armas (no mínimo, arma branca).
Lembro-me do tempo em que se encontrava um morador de rua e a cena chamava atenção de todos. Uma cena de um mendigo comendo lixo era aterrorizante. Hoje em dia, isso é tão comum quanto pegar uma fruta numa feira e comer.
Eu, particularmente, não sei sentar numa mesa (ou mesmo pegar qualquer alimento) e não me lembrar de que existem milhões de pessoas que naquele mesmo momento estão desejando alimentar-se.
Eu que passei pelas ruas, que passei dias e noites numa calçada, numa praça, em baixo de viadutos, etc, sei bem o que é viver assim.
Aprendi e nunca me esqueço de que um olhar caridoso, uma palavra amiga ou simples “bom dia!”, pode alimentar muito mais uma alma de que qualquer alimento pode alimentar o corpo.
Eu sempre estou interagindo com meus iguais. Não tenho meus iguais apenas àqueles que passaram ou passam pelo submundo do sistema, pela vida de drogas, etc. Tenho meus iguais todo ser humano.
Como eu já disse aqui uma vez, ser feliz está ligado ao sentimento de proporcionar felicidades a alguém!
É por isso que vivo me dedicando a viver para servir.
Sei que não irei nunca, jamais, conseguir fazer reparações, como me sugere o programa de recuperação que sigo. Entretanto, pelo menos me proporciona um enorme sentimento de gratidão, capaz de aliviar um pouco o sentimento de culpa de, um dia, por longos dias, ter sido tão cruel.
Obrigado, PODER SUPERIOR, pelo milagre de minha recuperação!
Que O PODER SUPERIOR continue iluminando cada um de vocês!
Bons momentos, repletos de Serenidade, Sabedoria e Sobriedade.
Até o nosso próximo contato.
Continuo sendo o Júnior, um adicto em recuperação, Limpo, só por hoje!

Abração e TAMUJUNTU.